terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ato 7: Um Ato Que Não Deveria Existir


Achei ter morrido, me perdi completamente. Os outros Atos já não me tocam e o ser que aqui escreve já não é o mesmo que tocou os outros Atos. Já não sou o mesmo da nuvem dois.

Nas últimas décadas eu tenho contado muitas histórias felizes e tenho tentado me alegrar. Eu assobio risos que não me pertencem e brinco de ser alguém.

Queria poder contar diamantes brilhantes, mas já menti o bastante pra conseguir isso. Eu tenho tentado afastar o que há alguns (muitos) meses se afastou de mim. Substitui aquele espaço por duas outras pérolas, as vezes elas brilham muito, as vezes eu as faço brilharem menos (não que realmente percam o brilhar, mas minha paixão -as vezes- diminui [se é que realmente existe]).

Eu queria poder gritar pro mundo que me curei daquela dor em minhas veias. Mas minha vida se uniu a Melpomene.

Ah... Eros, que saudades de ti!

As flores que crescem em meu jardim, não as acho encantadoras. Me apaixono pelas flores do vizinho. Mas não sei ao certo em que fase Perséfone está, me confundo em seus caminhos.

Os dias atuais eu já não sei mais. Acho que são brutos, acho que são serenos. Quero provar que tudo pode ser compensado e que as folhas que cairam há algum tempo não estão mais aqui, que o vento foi violento e as levou (sem chances de voltar).

Ontem a Lua falou comigo, uma faísca de esperança acendeu. Mas tudo morre. Não sei ao certo o que pensar...

Estas palavras, estes pensamentos... Nada deveria ser comentado. Este Ato deve ser ignorado. Voltemos ao Ato 6.

1 comentários:

Anônimo disse...

Gostei, parabéns!