quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ato 11: O Abrir de um Livro


Cansei de olhar as fotografias da minha memória, os anos passaram, as décadas se foram e nada aconteceu. Eles não me procuraram, não me perguntaram sobre como a vida (daquele que um dia pertenceu as nuvens) caminha ou se minha asa se curou (e eu digo: ainda não, doi muito).

Amigos, família, o que eles eram afinal?! Estou confuso, mas certo de que a união não existia, ou melhor, a compressão. Eu busquei respostas, pisei nas lâminas do chão, sentei e quis entender a janela de cada um, mas ninguém olhou para dentro da minha. Todos me apontaram.

Eu era um grande Mestre, sabiam?! Muitas das práticas que são ensinadas na nuvem 26 foram criadas e desenvolvidas por mim. Os Anjos cantaram muitas glórias em meu nome e a infância nomeia Mythis como "O Herói", agora "do Passado".

Esses dias eu estive olhando o luar e vi uma estrela brilhar forte, os humanos dão outro nome a isso, mas eu sei bem onde estava e o que fazia, só não sei quem. Sei também que meu Livro foi aberto, as luzes foram grandiosas, só ele ilumina tanto. Percebi que uma página deixou de brilhar. E você deve estar se perguntando como sei desses detalhes, mas é que foi eu quem criou aquele espaço, aquela leitura, aquela magia, mesmo de longe identifico minhas obras. E onde estava? Em minha nuvem.

Um poeira do livro caiu, voei discretamente e com muito sacrificio, já que uma de minhas asas estava muito danificada. Peguei a poeira celeste e a dissolvi sobre minha ferida.

Estava feito! Finalmente minha grande asa se curou. Agora poderia voar alto e tentar retornar ao lugar em que sempre estive. O meu Livro não se acabará. Bato as asas e vou de encontro ao Céu.

1 comentários:

Tainã Steinmetz disse...

"Peguei a poeira celeste e a dissolvi sobre minha ferida."

ow *-*

Não para com esse blog!!! Eu quero ler mais!

Beijos!