sábado, 7 de abril de 2012

Poeiras de um Sábado Qualquer


Ó!, doce criança, não escondas tuas vestes de mim, da tua pele já vesti muitas e muitas vezes.

Doce sonho, eterno sonho, não se inspire em mim; meu corpo que em tu já não imagina mais.

Dos cubículos que me destes, nenhum dos sonos perdidos foi-se solitário, nenhum conto encontrado fez-se amargo. Jamais pesadelos vividos nesta fantasia recorrente.

Inspira-te em livros que leio agora e que dizem que "entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer." ¹

As vitórias teu corpo conta e das felicidades tuas almas são grandes sábias. Destas vestes que dominas, destas histórias que não contas... Vitórias entre paredes. São tuas!

Ó!, doce criança, não eternizes noites frias e desérticas. Aprendas, tu, a regozijar este corpo teu de esperanças no amanhã. Vejas a Lua lá fora, ainda que ela, lá, não esteja. Imagina-te banhado ao Sol, renascendo.

¹ Franz Kafka