Brota de mim a ausência de uma folha em branco
Sementes de palavras surgem nas minhas fronteiras
Mas folhas de decepção crescem em minhas veias
Meu sangue jorra ouro
E minhas lágrimas derramam amor
Minha lápide descreve outro nome
Minhas nuvens são pintadas negras
Eu as chamo escuridão
Meu lamento é ser eu
As tempestades eu faço
E com os trovões eu converso
A neblina não me cega
Sou parte de outro ser que vive em mim
Sou moedas em um cofre
Sou a harmonia de um acorde
Chamo-me por mim
Mas quem atende é um eu que não sei
Grito suave para mim
Sou sussuros de partes perdidas
Fui uma flor solitária numa floresta
Sou o Sol de uma manhã fria.