segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Caem algumas Cinzas


A vida borrou, o céu derreteu, os mares não se abriram
Meus vulcões acordaram, minhas florestas queimaram
Aquelas casas morreram, aquele cheiro sumiu
O som não se propagou, a dor continuou

A verdade é mentira, a poesia é a minha crônica
As vontades são guerras e as guerras são os meus contos
As paródias eu sou e as sátiras me fazem
Meus risos são magmas tocando a pele

Meus olhos eu pinto azuis
Mas eles transbordam negro e todos mergulham aqui
De dentro vejo paisagens vazias
E de fora vejo profundidade imensa

Nos fios de mim eu posso tocar
Labaredas em chamas eu alarmo e queimo aquele mar
Soberjo ele canta em ondas raivosas
Me queixo, mas sei que posso dele ganhar

Fundido a mim e cedendo aos outros
Eu ascendo e me culpo por não outros mais queimar
Os céus já são negros e eu sou o maior
Levanto, grito em chamas, encontro-me na esquina de casa, agora consciente.

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