terça-feira, 9 de maio de 2017



Numa noite temblada de estrelas um homem caminha à rua. Seus pensamentos bailam junto as nuvens e suas vestes cantam as ondas do mar. Um jogo de personalidades invade a sua alma... ora enaltece o mundo em que vive, ora martela as lembranças que pesam sobre o seu ombro.

Ó sortes malfazejas!, que pesar trouxestes ao mundo meu!
Ah, vida insana, que jóia rara me abrilhantou!
O que faço eu sobre essa odisséia da vida minha?!
O amor sobrevive a segredos justificados?
Morbo.


Pairando sob as árvores a coruja o observa. Seus olhos acompanha aquele homem distante. Suas asas sopram a vida dele adiante.

Já fui cinza, me criei preto e branco
Sorri, chorei. Me colori. Hoje sou um turbante pintado em arco-íris.
Guardo em minha cabeça as cores que já vivi.
Guardo em minhas vestes as dores que hei de viver. Ou não.
Zelo.


Um caiçara urbano cruzou seu caminho. Ventou forte e derrubou algumas portas. O homem sem saber o que fazer deixou então a porta aberta; por mais que um cadeado estivera ali, fora destruído. O coração navega nas incertezas. O homem reconhece as suas tristezas.

Quantas águas já passaram. Quantas gotas já secaram.
No meio do meu deserto nasce uma fonte.
No meio de mim, um afronte. Deixar ou ser deixado.
Viver. Ser feliz. Viver, infeliz. Qual dos dois há de restar?
Perdoe-me por tentar.


Sem saber em que rua está o homem continua transitante. Baila vento, baila estrela. Baila lua. Caminha confiante de que seu amanhã será belo, apesar de todas as suas dúvidas. Não busca insultar ninguém, afinal só quer o próprio bem. Ele vê ao final da estrada uma linda cantoria. Segue em frente sem saber quanto tempo levará na esperança de que o Sol nascerá acalentando o seu coração, brilhando em emoção. Espera que os raios de luz sejam suficientemente fortes e sinceros a fim de que toda e qualquer poeira deixada pela rua de vida possa ser esperançada em novos futuros. Amor.

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